Nunca falamos tanto em saúde mental quanto nos últimos tempos. E ainda é pouco.
Date
Edição 1/1 — Out 2024
Category
Artigos
Em um dos meus grandes momentos profissionais, fui surpreendida com um diagnóstico de câncer. E o pior, com metástase – não em órgãos espalhados pelo corpo, mas avançando no seu local de origem.
Eu senti um alívio tremendo. Minha ansiedade quase zerou pela primeira vez em quase toda a minha lembrança de vida. Minha dor emocional poderia ter fim. O que minha cabeça criava poderia acabar. Minha saúde mental estava tão doente quanto a minha saúde física – ou mais.
Com muito apoio dos meus familiares e amigos, da minha equipe médica, eu consegui passar por um tratamento bastante intenso e comecei a fazer as pazes com a minha saúde mental. O conceito de wellness para mim hoje é esse: cuidar do seu corpo de dentro para fora.
Ouvir seus sinais, prestar atenção do automático que a vida te coloca. Se ler, se levar a sério. Parar quando for necessário, porque ou você para ou a vida te para. Me mantive funcional, trabalhando, mas respeitei meu corpo pedindo cama depois da quimio, minha cabeça rodando com tantas informações e os efeitos desastrosos que uma radio na pelve pode causar.
Quem me encontrava falava “Nossa, Gi, como você está bem. Como você é forte”. Isso vinha da equipe do hospital até meus amigos mais íntimos. Houve momentos de revolta, de dor, de medo. Mas eu lembro muito mais dos momentos de amor e carinho.
Wellness foi receber cada flor, cada bolo de cenoura, cada sopa congelada. Receber visitas, mensagens de amor, sentir a energia positiva para a minha cura. Assim que o tratamento acabou, minhas amigas mais próximas organizaram um bolinho na minha casa, surpresa, para celebrarmos a última quimio e a última rádio. Foi delicioso e inesquecível. Nesse dia minha filha disse a frase que mudaria minha vida para sempre. Ela, uma garotinha de 8 anos, sempre alegre e sorridente, estava de mal humor e uma certa hora disse “tá vendo essa festa aqui? Esses bolos, docinhos, comidas, balões e flores? Deviam ser para mim, porque era eu quem ficava esperando a minha mãe chegar do hospital”.
E nesse momento todas as minhas fichas caíram e eu resolvi ter uma vida muito diferente da que tive até então. Mas isso eu vou contar na próxima coluna, que já adianto, será sobre tornar o wellness uma ferramenta coletiva, acessível e simples de praticar. Inclusiva para bebês, crianças, adolescentes, jovens adultos, adultos nem tão jovem assim e a turma que está estreando uma vida ativa acima dos 50, 60, 70, 80... e porque não 90 anos?
Wellness é olhar para dentro, criar boas práticas, buscar alternativas simples. Cuidar de si de uma forma mais holística. Termino minha coluna inaugural ansiosa (claro) para saber se gostaram e animada para os outros textos que virão.
Em um dos meus grandes momentos profissionais, fui surpreendida com um diagnóstico de câncer. E o pior, com metástase – não em órgãos espalhados pelo corpo, mas avançando no seu local de origem.
Eu senti um alívio tremendo. Minha ansiedade quase zerou pela primeira vez em quase toda a minha lembrança de vida. Minha dor emocional poderia ter fim. O que minha cabeça criava poderia acabar. Minha saúde mental estava tão doente quanto a minha saúde física – ou mais.
Com muito apoio dos meus familiares e amigos, da minha equipe médica, eu consegui passar por um tratamento bastante intenso e comecei a fazer as pazes com a minha saúde mental. O conceito de wellness para mim hoje é esse: cuidar do seu corpo de dentro para fora.
Ouvir seus sinais, prestar atenção do automático que a vida te coloca. Se ler, se levar a sério. Parar quando for necessário, porque ou você para ou a vida te para. Me mantive funcional, trabalhando, mas respeitei meu corpo pedindo cama depois da quimio, minha cabeça rodando com tantas informações e os efeitos desastrosos que uma radio na pelve pode causar.
Quem me encontrava falava “Nossa, Gi, como você está bem. Como você é forte”. Isso vinha da equipe do hospital até meus amigos mais íntimos. Houve momentos de revolta, de dor, de medo. Mas eu lembro muito mais dos momentos de amor e carinho.
Wellness foi receber cada flor, cada bolo de cenoura, cada sopa congelada. Receber visitas, mensagens de amor, sentir a energia positiva para a minha cura. Assim que o tratamento acabou, minhas amigas mais próximas organizaram um bolinho na minha casa, surpresa, para celebrarmos a última quimio e a última rádio. Foi delicioso e inesquecível. Nesse dia minha filha disse a frase que mudaria minha vida para sempre. Ela, uma garotinha de 8 anos, sempre alegre e sorridente, estava de mal humor e uma certa hora disse “tá vendo essa festa aqui? Esses bolos, docinhos, comidas, balões e flores? Deviam ser para mim, porque era eu quem ficava esperando a minha mãe chegar do hospital”.
E nesse momento todas as minhas fichas caíram e eu resolvi ter uma vida muito diferente da que tive até então. Mas isso eu vou contar na próxima coluna, que já adianto, será sobre tornar o wellness uma ferramenta coletiva, acessível e simples de praticar. Inclusiva para bebês, crianças, adolescentes, jovens adultos, adultos nem tão jovem assim e a turma que está estreando uma vida ativa acima dos 50, 60, 70, 80... e porque não 90 anos?
Wellness é olhar para dentro, criar boas práticas, buscar alternativas simples. Cuidar de si de uma forma mais holística. Termino minha coluna inaugural ansiosa (claro) para saber se gostaram e animada para os outros textos que virão.